O ensino superior vem se expandindo no Brasil e constata-se que a maior parte de estudantes deste nível são mulheres. No entanto, nas áreas ligadas às ciências ditas exatas e tecnologia a situação é inversa: há mais homens que mulheres. Como estudo de caso foram analisados dados de ingresso e matrícula da Universidade de São Paulo (USP) afim de: constatar se realmente há desbalanceamento entre homens e mulheres, em quais áreas isso ocorre e em quais cursos as diferenças acirram-se. Constata-se que nas humanidades há maior equilíbrio e que nas exatas e nas biológicas há significativo desequilíbrio, nestas a maioria de estudantes são mulheres, naquelas, são homens. Isso corrobora com a ideia de que as carreiras cujas profissões associam-se mais à ideia do cuidado ainda são vistas como “femininas” e as mais ligadas à tecnologia e raciocínio lógico ainda são encaradas como “masculinas”. Verifica-se também tendência a queda da participação feminina entre os momentos de inscrição e matrícula. Assim, embora o problema de desequilíbrio de gênero seja majoritariamente exógeno à universidade, é possível que a mesma exerça influência sobre isso: pelo processo seletivo que valoriza determinado perfil, por ações junto aos demais níveis de ensino, ou mesmo por medidas internas à universidade como programas de mentoring e o desestímulo institucional a eventos e comportamentos que reforcem preconceitos.
O PoliGNU é um grupo formado por estudantes de diversos cursos da Escola Politécnica, bem como de outros cursos da USP, que se dedicam ao desenvolvimento e à divulgação de tecnologia, software e cultura livres, especialmente no que se relaciona à engenharia. O grupo já tem mais de três anos de existência e é aberto à participação de quaisquer interessados(as).
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