Por Cíntia Borges Margi
Em 04 de junho de 2013 participei juntamente com a Tica Moreno (Marcha Mundial das Mulheres) da atividade A divisão sexual do trabalho na Universidade organizada pelo Núcleo USP da Marcha Mundial das Mulheres no Instituto de Física da USP - campus Butantã. Foi uma atividade mista, isto é, aberta a participação de mulheres e homens o que é um traço muito positivo do evento. E esta atividade foi parte do Ciclo de debates: Os desafios do feminismo na construção de uma Universidade Popular que ocorreu durante os meses de maio e junho, todas as terças-feiras, abordando discussões sobre o espaço que as mulheres ocupam hoje na Universidade, nos cursos, no currículo e no ensino.
Assim, tentando responder a pergunta “Onde estão as mulheres no Ensino Superior?” busquei estatísticas sobre gênero na USP. De acordo com a USP (http://www5.usp.br/usp-em-numeros/), temos a seguintes distribuição:
Homens |
Mulheres |
|
Docentes |
62,34% |
37,66% |
Alunos matriculados |
51,71% |
48,29% |
Funcionários técnicos-administrativos |
51,15% |
48,85% |
No caso da Escola Politécnica (http://www3.poli.usp.br/pt/a-poli/poli-em-numeros.html), a seguinte distribuição ocorre:
Homens |
Mulheres |
|
Docentes |
89,50% |
10,50% |
Alunos matriculados |
- |
- |
Funcionários técnicos-administrativos |
59,62% |
40,38% |
Note que em 04/jun/2013, não haviam dados de gênero acerca dos alunos matriculados na EPUSP.
Observando as páginas relativas aos membros dos departamentos da Escola Politécnica (http://www3.poli.usp.br/pt/a-poli/departamentos.html), foi possível realizar a contagem e determinar a distribuição por gênero dos docentes, ilustrados na tabela abaixo.
Como a cursos de engenharia tendem a ser predominante masculinos, realizei contagem de docentes e distribuição de gênero para o Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (http://www.fm.usp.br/fofito/mostrahp.php?origem=fofito&xcod=Corpo%20docente&dequem=A%20FOFITO&ordem=), que abriga os cursos de graduação em Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, cursos estes tidos como predominantes femininos. A tabela a seguir ilustra os resultados obtidos.
Total |
Homens |
Mulheres |
|
Docentes |
44 |
2 |
42 |
Observando os dados disponíveis no artigo O Ingresso na Universidade de São Paulo - uma abordagem de gênero (http://www.polignu.org/mulheres/textosartigos/o-ingresso-na-universidade-de-s%C3%A3o-paulo-uma-abordagem-de-g%C3%AAnero), de acordo com o Censo da Educação Superior 2011 (10 anos), a matrícula de mulheres varia de 56% a 57%, e a conclusão do curso fica em torno de 60% a 63%. Ainda, na FUVEST, os cursos com predominância do masculino incluem diversos cursos de Engenharia e bacharelado em Ciência da Computação. Dentre os cursos com predominância do feminino, destacam-se Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia e Enfermagem.
O levantamento de dados ser carente da distribuição de gênero de alunos de graduação por curso. Diversos departamentos da USP não disponibilizam dados por gênero de docentes, funcionários técnicos-administrativos, ou alunos.
Para os casos de cursos com predominância de um gênero, parece que a porcentagem de docentes mulheres segue a porcentagem de alunas na graduação. Porém, fica a pergunta: o que ocorre com a distribuição docente em cursos com distribuição por gênero equitativa na graduação?
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