RodAda Hacker - oficina de programação para meninas e mulheres

A RodAda Hacker é um oficina de programação para meninas e mulheres (isso não significa “fechada” para meninas e mulheres, mas sim desenhada especialmente para nós). Funciona assim:

  • 1 dia de trabalho (da manhã até o começo da noite)
  • 4 participantes, sem nenhum conhecimento prévio de programação, e 1 tutora ou tutor formam juntos 1 equipe (com até 6 equipes no total)
  • cada equipe pode se organizar como quiser, e usar a metodologia e a tecnologia livre que quiser para construir um projeto na internet
  • todo mundo precisa colocar a mão-na-massa, porque a ideia é aprender fazendo
  • o objetivo não é fazer “o melhor projeto”, mas gerar autonomia para que todas as participantes possam criar e desenvolver sites, games e aplicativos de celular

Mais infos: https://danielabsilva.wordpress.com/2013/02/21/sobre-a-rodada-hacker/
Quando começa

Save the date : a primeira edição da RodAda Hacker deve acontecer dia 09/03 (pra aproveitar as boas energias do Dia Internacional da Luta das Mulheres). Deve rolar na CasaPreta, um novo espaço de colaboração em São Paulo, no bairro de Pinheiros.

Como vai ser viabilizada

Ainda não sei. Mas tem algumas ideias:

  • usar espaços públicos ou de parceiros legais que possam ceder a estrutura da oficina (teto, cadeira, mesa, internet, energia elétrica)
  • cobrar uma taxa de inscrição das participantes (não mais do que R$50 por pessoa) que cubra uma ajuda de custo para os tutores e tutoras da oficina.
  • ou conseguir parceiros que banquem o pro-labore dos tutores e tutoras (que aí pode ficar mais gordinho), e poupar a taxa de inscrição das participantes (que aí pode ficar mais magrinha) para realizar a próxima RodAda Hacker

Por que isso agora?

Pra ter mais mulheres criando e desenvolvendo projetos autonomamente na internet. Obviamente, ter mais *pessoas* sendo autônomas na internet é sempre o objetivo. Mas há algum tempo eu percebo que a participação de mulheres nas oficinas, hackdays e eventos que organizo é muito baixa – como se, apesar dos eventos serem abertos e gratuitos, tivesse algo no nosso ponto cego, algo que estivesse impedindo mais mulheres de estarem presentes.

Preconceito, estereótipo, uma narrativa bastante marcada por protagonistas homens, medo de errar, medo de aprender – parece que existe uma grande barreira cultural e política que separa muitas mulheres do código.

Por outro lado, pouquíssimas das minhas (muitas) amigas que trabalham em projetos digitais incríveis são programadoras. De quase todas elas eu já ouvi, pelo menos uma vez, alguma demanda de conhecimento técnico que poderia agilizar esses projetos que elas realizam. Pouquíssimas delas se arriscam a programar-para-aprender. Talvez aprender a programar por um caminho mais convidativo ajudasse… E daí vem essa “chamada especial” para que meninas e mulheres aprendam a programar.

(Quando já estava pensando nessas oficinas, fiquei muito intrigada por um vídeo que mostra como a Lego passou a fazer o marketing dos seus produtos, que antes era universal, apenas para meninos – uma saída fácil, crescer e fazer grana se utilizando do estereótipo de gênero, em vez de combatê-lo. Anos depois de bater nessa tecla, a Lego lança linhas especiais direcionadas para meninas. Mas o mais doido de tudo, pra mim, é como a campanha aborda meninos como construtores do mundo; e as meninas como meras usuárias. O menino “constroi o helicoptero”, enquanto na campanha para as meninas aparece tudo pronto, e a chamada é “ir ao novo café recém-inaugurado” – oi? quem construiu?)

A ideia da RodAda Hacker então é reforçar o papel das meninas e mulheres como *construtoras* da internet, apresentar para elas os blocos fundamentais dessa construção, e incentivar que a história da internet e das tecnologias digitais tenha muitas novas protagonistas.

De onde vem esse modelo

A comunicação convidativa para mulheres é copiada da Hacker School. Segundo consta, no ano passado, em parceria com a Etsy, a Hacker School recebeu mais inscrições de mulheres chamadas “Sarah” do que de mulheres em geral somadas nos dois anos anteriores do seu programa. Isso depois de fazer uma chamada mais direta, inclusive com bolsas de estudos para atrair e viabilizar a participação de mulheres nessa escola de verão para hackers.

O modelo de oficina (1 dia, pequenas equipes com tutoria, realizando pequenos projetos web) foi copiado de uma organização canadense chamada Ladies Learning Code, que começou com um tuite, mas já conseguiu permitir que centenas de meninas aprendessem a programar no ano passado.

Mais detalhes no projeto

O projeto da RodAda Hacker está aqui. Comentários, ideias e soluções são mais do que bem-vindas :D

Português, Brasil
Onde: 
A definir
Quando: 
sábado, 9 Março, 2013 - De 09:00 até 19:00
Categoria: 

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